domingo, julho 05, 2009

Todo Amor que houver nessa Vida...

Minha vida não é minha.
Uma Alma me foi dada.
Nada possuo.
Verdadeiramente
nada me pertence.
Nem mesmo esse cárcere
a que chamamos corpo.
Quando eu partir,
ele se tornará adubo
para o solo,
fonte de Vida
para os vermes.
A única coisa que possuo
é o livre-arbítrio,
a liberdade de escolha.

E como roteirista
de minha existência
tenho apenas dois caminhos:
narrar uma estória medíocre,
insípida e inútil,
que nada acrescentará
àqueles que irão dividir
o palco comigo,
ou posso escolher
criar um verdadeiro concerto,
cujas melodias
possam ressoar no universo,
unindo mentes e corações,
em louvor à Criação.

Como protagonista
de mim mesma,
escolho fazer da Vida
minha grande obra-prima.
Para realizá-la,
preciso de artistas
dos mais variados
dons, talentos
e capacidades.
Para compor
minha obra máxima
preciso de todos.

Anulando o ego,
desatando as amarras
da incompreensão
e da intolerância,
mergulhando em meu semelhante,
quem sabe
posso alcançar
a profunda
e verdadeira essência
da natureza humana...

Eu não pertenço a mim mesma.
Todas as minhas obras
são realizadas pela
Sagrada Chama da Vida
que arde aqui dentro.

quarta-feira, julho 01, 2009

A Fome do Mundo

Sim, meu coração é menor que o mundo.
É muito menor.
Tão pequeno que nele não cabem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me escrever.
por isso me desnudo,
por isso me conto,
por isso frequento blogues, me exponho cruamente na rede:
preciso de todos.

Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem
todos os homens,
todas as pessoas,
toda a humanidade.

Só agora vejo que nele não cabem
todos os meus sonhos,
todos os meus ideais,
toda a minha sede

de um mundo
mais justo,
mais digno,
mais são,
mais humano.

Só agora vejo que ele é pequeno,
pequenino demais,
para suportar toda
a fome da alma,
todo o anseio
de Vida.

Só agora vejo
que sou Espírito
e estou
matéria.