sexta-feira, dezembro 31, 2010

Que o Ano Novo Nove



"Que a luz luza. Que a paz paze. Que o som soe. Que a mãe manhe. Que o pai paie. Que o sol sole. Que o filho filhe. Que a árvore arvore. Que o ninho aninhe. Que o mar mare. Que a cor core. Que o abraço abrace. Que o perdão perdoe. Que tudo vire verbo e verbe. Verde. Como a esperança. Pois, do jeito que o mundo vai, dá vontade de apagar e começar tudo de novo. A vida é substantiva, nós é que somos adjetivos".

(Arthur da Távora)

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Feliz Natal, Meninas!



Como muita gente sabe, não sou dada a comemorações noelescas. Acho essa correria toda um grande engodo, com gente hipócrita transbordando por todos os lados, que sequer te olha na cara durante o ano todo e, quando chega dezembro, te diz um feliz natal por entre os dentes, e tira um sorrisinho pré-fabricado do saco, só pra se fazer de simpática. Outra coisa que me incomoda bastante nesse período é a demasiada importância que dão aos tais presentes e compras: a cidade vira um inferno - primeiro porque, não esqueçamos, é a chegada do verão no hemisfério sul, e diga-se de passagem, aqui no Rio o maçarico fica ligado quase que vinte e quatro horas por dia. Uma delícia. E como se não bastasse o calor infernal, aquele mesmo bando de gente hipócrita, lotando as lojas, quer de rua, quer de shoppings, bares, restaurantes e, pasmem: até farmácias! Uma grande sacada de marketing do sistema capitalista, essa de associar o nascimento do menino Jesus ao consumo...

Primeiro que nenhum de nós esteve lá e viu, com os próprios olhos, os tais reis magos presentearem o nascituro da manjedoura. Aliás, sequer temos certeza se o menino veio mesmo ao mundo...

Dia desses no twitter o humorista Marcius Melhem definiu em poucas palavras o meu sentimento pelo Natal: 'A coisa que eu mais amo nessa época de Natal é quando ele passa'.

Dito isso, como esse é um blog balzaquiano, e portanto, essencialmente feminino, gostaria de desejar, especialmente às minhas amigas e a todas as mulheres, uma farta ceia de Natal, repleta de iguarias e manjares dos deuses, se é que me entendem...

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Uma Página a Cada Dia



"Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocamos nela, corre por nossa conta."

(Chico Xavier)

Revolução da Alma



Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregue sua alegria, sua paz sua e vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém.
Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja.
A razão da sua vida é você mesmo. A tua paz interior é a tua meta de vida.
Quando sentires um vazio na alma, quando acreditares que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remete teu pensamento para os teus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você.
Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você. Não coloque o objetivo longe demais de suas mãos: abrace os que estão ao seu alcance hoje.
Se andas desesperado por problemas financeiros, amorosos, ou de relacionamentos familiares, busca em teu interior a resposta para acalmar-te, você é reflexo do que pensas diariamente.
Pare de pensar mal de você mesmo(a), e seja seu melhor amigo(a) sempre.
Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abra um sorriso para aprovar o mundo que te quer oferecer o melhor. Com um sorriso no rosto as pessoas terão as melhores impressões de você, e você estará afirmando para você mesmo que está "pronto“ para ser feliz.
Trabalhe, trabalhe muito a seu favor. Pare de esperar a felicidade sem esforços. Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda. Critique menos, trabalhe mais.
E não se esqueça nunca de agradecer. Agradeça tudo que está em sua vida nesse momento (...)
Nossa compreensão do universo ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida. A grandeza da vida não consiste em receber honras, mas em merecê-las.

(Aristóteles)

domingo, dezembro 05, 2010

Invictus




Baseada em fatos reais, a película narra o episódio em que o líder sul africano, Nelson Mandela, recém-eleito presidente, uniu a África do Sul utilizando o rúgbi, esporte nacional daquele país. Com o lema "Um Time, Um País", Madiba - nome de batismo do líder, dado por seu clã e pelo qual é carinhosamente chamado pelo povo - elevou a auto-estima da nação através do esporte, derrubando, assim, os muros levantados pelo apartheid.
O título do filme é uma alusão ao poema de nome homônimo, de autoria do poeta inglês William Ernest Henley, escrito em 1875, cujas palavras serviram de inspiração a Mandela durante os vinte e sete anos em que esteve preso.
A narrativa é um brinde à trajetória deste homem que, com sabedoria surpreendente, soube concretizar seus ideais de igualdade e liberdade; verdadeira lição de vida, fonte de inspiração para os nossos dias terrivelmente conturbados...

Transcrevo aqui o poema original:

Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll.
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

Tradução:

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por minha alma indomável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o capitão de minha alma.

terça-feira, outubro 26, 2010

A Lição da Águia



só por hoje
não quero
mais te ver

só por hoje
não vou
tomar minha dose
de você

cansei de chorar
feridas que
não se fecham
não se curam

e essa abstinência
uma dia
vai passar...

(Pitty)

sexta-feira, outubro 22, 2010

Em Busca de Um Afluente




Tudo o que amei amei errado; tudo o que amo é por inteiro; tudo o que em mim encontra abrigo me engole, me submerge e me absorve. Minha alma é um enorme oceano buscando avidamente por caudalosos rios que nela se derramem.
Não aprendi a ser metade. Minha alma é sem fundo.
Que venham os rios e a inundem vertiginosamente.

quinta-feira, setembro 30, 2010

Clarice



"Sou composta por urgências.
Minhas alegrias são intensas;
minhas tristezas são absolutas.
Me entupo de ausências,
me esvazio de excessos.
Eu não caibo no estreito...
eu só vivo nos extremos..."

sábado, julho 31, 2010

Síndrome de Atlas


Queria ser como a maioria das pessoas comuns é, de achar tudo normal, de não me indignar com absolutamente nada, de acreditar simplesmente que a vidinha medíocre que insistem em me empurrar goela abaixo é a única opção possível. Quisera eu o poder de extinguir sonhos, erradicar desejos, calar emoções. Quisera eu não ter consciência, ser completamente cega e alienada, aquém de tudo o que acontece no universo ao meu redor. Quisera eu permanecer incólume às barbáries e injustiças de nossa época. Se tivesse nascido pedra seria bem mais fácil: era só ficar lá, inerte, passiva, ao sabor dos séculos. Mas nasci oceano. Desses que abarca tudo para si, que absorve, envolve e serve de morada.
Doença auto-imune em estágio avançado.

"Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como os outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar das fontes iguais às deles;
e era outro o canto, que acordava
o coração de alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho".

(Edgar Allan Poe)

quarta-feira, julho 14, 2010

Da Feiúra


A única feiúra imperdoável é a falta de caráter.

O Amor em Tempos de Cólera



Ontem seguindo o link postado por Jean Wyllys no twitter, no qual havia uma resenha sua sobre o livro Carta entre amigos, de autoria de Gabriel Chalita e Fábio de Melo, fiquei um tanto indignada(acredite, esse tipo de postura ainda me indigna!)com um dos comentários, que afirmava: "mas dizer que não são cartas trocadas por dois homossexuais... pelo amor de Deus...tá na cara que são... o que não seria nenhum problema". Quando li isso senti um misto de revolta e pena do pobre coitado que escreveu isso. Revolta porque estamos em pleno século XXI e boa parte das pessoas ainda se encontra com a mentalidade de dois séculos atrás; revolta porque a maioria dos seres humanos encontra-se no estágio mineral da evolução, sem a menor sensibilidade para as coisas do espírito. Pena porque uma criatura que escreve algo desse tipo é tão ignorante, tão sem bom senso, tão sem noção e evidente que não tem o menor conhecimento de Literatura - tema da resenha, que só me resta sentir pena mesmo. Em primeiro lugar, se ele conclui dizendo: "o que não seria problema algum", por que comentar, então? Se ele não se importa, qual a necessidade de se prender a esse detalhe? É no mínimo uma afirmação contraditória.
Antes os homofóbicos assumidos do que essa gente que encobre seus preconceitos sob a faixada da modernidade. Em nossa sociedade é proibido a dois homens trocar palavras de afeto e amizade que já são rotulados de homossexuais, como se isso fosse crime. E se fossem, que diferença faria? Nossa sociedade é ainda influenciada pela "síndrome do macho dominante", onde para ser homem de verdade é necessário ser grosseiro e sob hipótese alguma, demonstrar suas emoções. O ponto em questão não é a opção sexual dos autores, mas sim a sensibilidade de suas reflexões, que cabem a qualquer ser humano - homem, mulher, hetero, homo, jovem ou idoso.
Infelizmente nossa sociedade está cada vez mais míope, porque só enxerga as coisas através da lente do preconceito com o diferente,com o que está "fora dos padrões". Demonstrar sentimentos em público é para poucos e atitude raríssima em tempos de superficialidade generalizada.
Independente da opção sexual dos autores em questão, ao externalizar seus medos e experiências eles foram muito "mais homens" do que a maioria que assim se considera.
Preconceito é ignorância.

quarta-feira, julho 07, 2010



Que a luz luza. Que a paz paze. Que o som soe.Que a mãe manhe. Que o pai paie. Que o sol sole. Que o filho filhe. Que a árvore arvore. Que o ninho aninhe. Que o mar mare. Que a cor core.Que o abraço abrace.Que o perdão perdoe. Que tudo vire verbo e verbe. Verde. Como a esperança. Pois, do jeito que o mundo vai, dá vontade de apagar e começar tudo de novo. A vida é substantiva, nós é que somos adjetivos.

(Arthur da Távora)

sexta-feira, julho 02, 2010

Decálogo Feminino



Sou seguidora de *Fabrício Carpinejar no twitter e adoro a maneira sensível e ao mesmo tempo(acredite, ele é capaz!) objetiva com a qual ele escreve. O cara simplesmente conseguiu resumir o universo feminino e suas complexidades num decálogo! Me reconheci no texto e acredito que muitas outras mulheres irão se reconhecer ao lê-lo. Gostei tanto que resolvi transcrevê-lo aqui:


1)Não vou esperar o homem me elogiar. Eu mesma me elogio;

2) Se elogie um pouco por dia, para acreditar no elogio dos outros;

3) Quem não se elogia ainda não se conhece;

4)Depois que nasci, não tenho onde me esconder, minha alegria é um escândalo;

5) Já treinei minha letra. Quero amor que escreva com as duas mãos;

6) Toda lingerie é uma carta. Escolho o envelope com capricho;

7) Você dirá que não me conhece de nenhum lugar porque teria se lembrado;

8) Fecho meus olhos por educação, dou um tempo para que você se recupere;

9) Prendo os cabelos para voltar à infância e solto para esquecer quem sou;

10) Eu caso comigo primeiro, todo homem que vier depois será meu amante.


*Carpinejar é Professor Universitário e Poeta

domingo, junho 20, 2010

Ordem da Fênix


Renascer das cinzas. Tem sido minha sina. Mencionei aqui, por mais de uma vez, que nunca fui muito afeita ao casamento, não da forma tradicional com boa parte das pessoas o concebe. Acredito em cumplicidade, companheirismo e respeito mútuos, pois se não são erguidos esses alicerces, não se pode dizer que existe relacionamento, e se existir não será sólido. Acredito na construção do Amor, em uma relação que seja construída ao longo da convivência e não em paixão arrebatadora, que perturba, desequilibra e causa dor.
Tudo ia bem, do jeitinho que sempre batalhei para ser, até que veio o maldito trabalho. Desde então fiquei à margem, com a sorte entregue aos caprichos do chefe dele, esperando por sua boa vontade em conceder-lhe uma folga. Minha primeira reação foi de raiva, de indignação. Me acalmei e tentei a conversa, tentei mostrar que desse jeito é impossível manter uma relação. Inútil. Existem pessoas que por mais que se tente abrir-lhes os olhos, mais cegas ficam ou que simplesmente escolhem não ver. Esse é o caso, infelizmente. Durante três meses de convivência dei o melhor de mim, fiz o melhor que pude. Portanto não admito receber menos que o melhor. Mas existem pessoas, assim como as cegas, que simplesmente não sabem doar o melhor que têm. Conformam-se com o corriqueiro e não dão um passo em direção ao progresso. Tratam a si mesmas de maneira insignificante e por isso não sabem como dar nada de especial aos outros. Desejam uma vida extraordinária vivendo de forma ordinária. Resumo da ópera: ele se casou com o trabalho e quer que eu seja a amante. Quando sobrar tempo - se sobrar tempo - nos vemos. O pior é que ele acredita mesmo que agir assim é normal. Paciência tem limites e a minha se esgotou. Cansei. Para o bem ou para o mal, não sou mulher de aceitar migalhas, muito menos de mendigar atenção. Se no modo dele enxergar as coisas eu não mereço o melhor, ema, ema, ema. Que procure outra. Uma que faça pouco uso dos neurônios e que tenha baixíssima auto-estima para aceitar restos.
Sou de carne e osso, quero um homem também de carne e osso, presente em minha vida, participando dela.
Não sou qualquer uma. Portanto não aceito qualquer coisa. Vamos a mais um recomeço.

sexta-feira, junho 18, 2010

Aquele Abraço


Hoje de manhã, logo ao acordar, liguei o computador e me deparei com a triste notícia de sua partida. Fui surpreendida assim como o mundo de pessoas que lhe admiram, acredito. É interessante como alguém como você, que nunca conheci pessoalmente, com quem nunca tive a honra de trocar uma palavra sequer,adentrou em minha vida, despertou paixão, fascínio, admiração;alcançou ideais comuns, fez do meu coração eterna morada. Nós humanos e a mesma ilusão de sempre: a de que nossos ídolos nunca irão partir. O deleite provocado por suas palavras é tão real, despertam emoções e sentimentos tão intensos, que nos dão a sensação de que ficaria aqui para sempre. A palavra é o seu dom e foi essa sua missão na Terra. Conquistaste servos fieis que verdadeiramente "saboreavam" cada estrofe, cada verso, cada palavra tua. Para completa tristeza de seu séquito as cortinas do belo espetáculo que foi sua vida fecharam-se hoje. Não irás escrever mais, é certo, não teremos mais novos pensamentos lúcidos e inspiradores a mover nossas ações, porém permanecerás vivo através de sua obra. Estou totalmente de acordo com Fernando Meirelles, quando ele disse que "o mundo hoje ficou mais burro"...
Descansa em paz. Segue teu caminho, continua tua jornada, Dom Quixote do século XXI. Escreve nas estrelas a essência de tua palavra. Grava teus ideais na órbita dos planetas.
Hoje a Literatura Universal ficou lamentavelmente órfã. Morreste na Terra, mas renasceste no Olimpo. Tua morada agora é ao lado de Pessoa, Machado, Sheakspeare, Cervantes e de muitos outros deuses.
Muito obrigada, aquele abraço.

Uma Deliciosa "Receita da Vida"


Há dois dias atrás, como mencionei aqui, revirando meu acervo pessoal encontrei alguns textos, uns de minha autoria, outros não. Hoje resolvi compartilhá-lo mais um deles com vocês:

Jogue fora todos os números não essenciais para a sua sobrevivência. Isso inclui idade, peso e altura. Deixe o médico se preocupar com eles. Para isso ele é pago.
Frequentemente dê preferência aos seus amigos alegres. Os de "baixo astral" puxam você para baixo.
Continue aprendendo. Aprenda muito sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixe seu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é oficina do diabo. E o nome do diabo é Alzheimer.
Curta coisas simples.
Ria sempre, muito e alto. Ria até perder o fôlego.
Lágrimas acontecem. Aguente, sofra e siga em frente. As únicas pessoas que acompanham você a vida toda são você mesmo e Deus.
Esteja vivo enquanto viver.
Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta: podem ser animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for.
Aproveite sua saúde. Se for boa, preserve-a; se está instável melhore-a; se está abaixo desse nível, peça ajuda.
Não faça viagens de remorsos. Viaje para o shopping, para a cidade vizinha, para um país estrangeiro, mas não faça viagens ao passado.
Diga a quem você ama que você realmente os ama, em todas as oportunidades.
E LEMBRE-SE SEMPRE: a vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego - de tanto rir, de surpresa, de êxtase, de felicidade"...

(Dona Cacilda, 92 anos)

quarta-feira, junho 16, 2010

Os Dez Mandamentos do Leitor



Revirando meu acervo pessoal em busca de alguns rascunhos antigos, encontrei esse belo texto adaptado do original de Alberto Mussa*. O conteúdo é tão atual, que vale à pena a transcrição:

I. Nunca leia por hábito. Leia por vício. A leitura amplia a compreensão do mundo, aprimora a capacidade de expressão, diminui a ansiedade. Mas é essencialmente lúdica, como devem ser as coisas que nos dão prazer;

II. Comece a ler desde cedo. E comece pelos clássicos;

III. Nunca leia sem dicionário. Se estiver fora de casa, anote as palavras que você não conhece, para consultar depois. Elas nunca são escritas por acaso;

IV. Perca menos tempo diante do computador, da televisão e estabeleça metas. Se puder ler um livro por mês, dos 16 aos 75 anos, você terá lido 720 livros;

V. Faça do livro um objeto íntimo. Escreva nele; assinale as passagens emocionantes. O livro é o mais interativo dos objetos. Você pode avançar e recuar, folheando, e ele vai com você a todos os lugares;

VI. Leia sempre Literatura Brasileira: ela está entre as grandes;

VII. Das Letras europeias e da América do Norte vem a maioria dos nossos grandes mestres. A Literatura hispano-americana é indispensável. Busque também o diferente: há grandezas literárias na África e na Ásia. Volte à Idade Média, ao mundo árabe, aos clássicos gregos e latinos. Chegue, finalmente, às mitologias dos povos ágrafos, mergulhe na poesia selvagem. São eles que estão na origem de tudo; é por causa deles que estamos aqui;

IX. Tente evitar a repetição de temas, estilos e autores. A grande Literatura está espalhada por romances, contos, crônicas, poemas e peças de teatro. Nenhum gênero é, em tese, superior a outro;

X. Forme o seu próprio cânone. Se não gostar de um clássico, não se sinta menos inteligente. E faça seu próprio decálogo: neste momento, você será um leitor.

* Escritor carioca

domingo, junho 13, 2010

Evolução?



Maneira mais simples, mais econômica e menos constrangedora que descobri de se fazer terapia; um dos caminhos mais curtos que conheço na busca pelo autoconhecimento e manutenção da auto-estima; ritual mais eficaz para exorcizar demônios. Por isso escrevo. É minha sina. Escrever me possibilita vivenciar a plenitude e a unidade. Quando escrevo sou inteira. Sou genuinamente eu mesma, sinto minha essência projetando-se para o mundo através das palavras. Sou incorrigivelmente profunda, irremediavelmente sensível e incontestavelmente humana. Minha humanidade está para além dos conceitos e padrões pré-estabelecidos, do politicamente correto. Talvez por isso mesmo eu tenha dificuldades gigantescas para compreender como se tornou natural, nas relações de nossa espécie, esse tipo de comportamento superficial, baseado em individualismo, egoísmo e atitudes bestiais.
Desde que me entendo por gente nunca fui dada às frivolidades que atraem boa parte da humanidade e sempre me senti um tanto marginal, por não me reconhecer como parte de um mundo ao qual repudio. Seres humanos são falhos, passíveis de erros e enganos? Certamente. Mas o que eu não consigo alcançar é falta de 'humanidade' na maioria de nós. Onde foram parar o respeito, a consideração, a fraternidade?
A Humanidade está seriamente enferma e insana. Nossos problemas estariam resolvidos se simplesmente não fizéssemos a outrem aquilo que não gostaríamos que não fizessem a nós. Discurso ultrapassado, talvez. Mas acredito que mais ultrapassado é vivermos como selvagens, em pleno século XXI, ainda nos matando, como bárbaros. O avanço da tecnologia e da ciência não significam necessariamente que evoluímos moralmente. Há anos-luz de distância entre uma coisa e outra. E se todo esse progresso alcançado não nos ajudou em termos de evolução humana, qual sua finalidade? Se ainda vivemos numa era em que a maioria da população terrestre não possui condições dignas de sobrevivência, surge a questão: atingimos verdadeiramente o progresso? Evoluímos realmente?
Utopia é tudo aquilo que não ousamos realizar. Parafraseando Einstein, "grandes almas sempre encontraram forte oposição de mentes medíocres".

sábado, junho 12, 2010

Faxina da Alma


"Não importa onde você parou, em que momento da vida você cansou.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo, é renovar as esperanças na vida e, o mais importante, acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado.
Chorou muito? Foi limpeza da alma.
Ficou com
raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia.
Sentiu-se só por diversas
vezes?
É porque fechaste a porta até para os anjos.
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora.
Pois é... agora é hora de reiniciar, de pensar na luz, de
encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Um corte de cabelo arrojado diferente,
um novo curso, ou aquele velho desejo de aprender a pintar, desenhar, dominar o computador, ou qualquer outra coisa.
Olha quanto desafio, quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando...
Tá se sentindo sozinho?
Besteira, tem tanta gente que você afastou com o seu 'período de isolamento'...
Tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para 'chegar' perto de você. Quando nos trancamos na tristeza, nem nós mesmos nos suportamos, ficamos horríveis. O mau humor vai comendo nosso fígado, até a boca fica amarga. Recomeçar...
Hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você quer chegar? Alto? Sonhe alto!
Queira o melhor do melhor.
Queira coisas boas para a vida.
Pensando assim, trazemos para nós aquilo que desejamos.
Se pensamos pequeno, coisas pequenas teremos.
Já se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente lutarmos pelo melhor,
o melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da faxina mental.
Jogue fora tudo que te prende ao passado, ao mundinho de coisas tristes.
Fotos, peças de roupa, papel de bala, ingressos de cinema, bilhetes de viagens e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados.
Jogue tudo fora, mas principalmente esvazie seu coração.
Fique pronto para a vida, para um novo amor.
Lembre-se, somos apaixonáveis, somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes, afinal de contas, nós somos o 'Amor'.
PORQUE SOU DO TAMANHO DAQUILO QUE VEJO, E NÃO DO TAMANHO DA MINHA ALTURA".



(Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, maio 26, 2010

Onde Está Escrito?


"Onde está escrito que todo grande amor tem que estar limitado às lembranças?
Onde por favor estão escritas essas regras, essas leis?
Grandes amores só existem quando são vividos.
O bom passado é aquele que ainda é presente...dádiva.
Grandes amores não são para serem sonhados, são para se viver.
Se quer viver de sonhos...deita e dorme".

(Silvana Goretti)

sexta-feira, maio 14, 2010

Escolha: não tem preço


Há séculos a Sabedoria popular é repleta de ditados e aforismos que não levamos muito em conta, a não ser que passemos por alguma situação real que nos revele a veracidade deles. E o mais certo desses ditos é que nós, seres humanos, só somos capazes de valorizar determinadas coisas depois que as perdemos. No meu caso não cheguei a perder exatamente, mas há três meses atrás abri mão de minha profissão, meus clientes e minha paz de espírito pelo desejo de retornar ao mercado de trabalho formal. Nada poderia ser tão proveitoso quanto as lições que aprendi em virtude dessa decisão. Depois de trabalhar durante seis anos como profissional autônoma aprendi que trabalho formal não é e nunca será sinônimo de segurança ou estabilidade; que o fato de "trabalhar de carteira assinada" - sonho de milhões de brasileiros - faz de mim apenas mais um número na folha de pagamento do patrão; aprendi que nem sempre somos respeitados como seres humanos e que certas pessoas, por ocuparem cargos de chefia sentem-se no direito de olhar os subordinados de cima, como se estes não merecessem consideração e respeito. É claro que isso não é nenhuma novidade, desde que o mundo é mundo existe abuso de poder. Não é isso que me espanta. Mas o que não consigo compreender, o que não consigo digerir de forma alguma, é que em pleno século XXI, época em que discutimos tanto a ética, os direitos humanos, o respeito mútuo e tantos outros valores sonhados pela maioria da humanidade, acredito eu, ainda existam pessoas com ideias e atitudes tão pré-históricas, pautadas pela coação e assédio moral. Pobres coitados. Pessoas como essas são tão ridiculamente egocêntricas, tão desgraçadamente mimadas, que só me resta sentir pena. Um ser humano cuja vida é alicerçada exclusivamente nos bens que possui e em sua capacidade de coagir, é realmente um infeliz e pobre de espírito, pois se lhe faltam o poder econômico e o poder mandatário, não lhes resta mais nada na vida...
É claro que as melhores e maiores empresas da atualidade já atentaram para o fato de que o funcionário - colaborador,termo adotado por um bom número delas - produz melhor quando trabalha satisfeito, quando é reconhecido e valorizado e quando o ambiente de trabalho é agradável e respirável, diga-se de passagem. E eu, como sou claustrofóbica, escolhi continuar atuando em minha profissão, atendendo aos meus clientes, que sempre valorizaram e respeitaram como profissional e principalmente, como ser humano. ISSO NÃO TEM PREÇO. Voltei à minha atividade com outros olhos e com outra disposição e constatei, dessa forma, que verdadeiramente só somos capazes de dar o devido valor às coisas depois que as perdemos. Hoje completam-se 16 dias que voltei a respirar ar puro e retomei minha qualidade de vida. Nossos avós é que sabiam das coisas.

segunda-feira, março 08, 2010

Ser Mulher é...

Às Mulheres



"Uma verdadeira mulher descoberta em si mesma tem significados para além do que expressam seu corpo e sua presença.
Porque a verdadeira mulher é sentimento,
onde quer que vá os corações se deixam abrir um pouco mais;
porque a verdadeira é mais forte que a força bruta,
seu poder está no encanto que faz desmoronar ânimos endurecidos;
porque a verdaderia mulher é a personificação da própria beleza,
serve de inspiração que abre caminhos para que possamos apreciar as cores da vida;
porque a verdadeira mulher brilha mais que a luz,
por onde ela passa tudo se torna claro, verdadeiro, cristalino;
porque a verdadeira mulher é sensível,
tudo percebe e em todas emoções acrescenta.
É livre porque é libertadora, soberana porque sabe delegar poder; sábia porque não julga só com a razão.
A mulher é a mais profunda e significativa expressão da vida, porque faz do seu corpo o único portal do nascimento do homem na Terra e de sua alma o caminho do renascimento humano perante o céu."

(Masaharu Taniguchi)

sexta-feira, março 05, 2010

Até quando?


Quando? Quando poderei experimentar a ventura de vivenciar o amor, de concretizá-lo no plano real? Quando poderei sentir o gosto de ser amada? Quando chegará meu amor? Por onde anda? Por que tem demorado tanto?
Até quando a espera, o anseio, a dor?
Até quando o vazio do leito, o transbordamento do peito?

Anomalia Genética



Ela sentia medo da solidão, do abandono, do esquecimento. Sentia falta dos filhos que não teve, do amor que não viveu. Sentia medo de não realizar o que sonhava, o que merecia. Amou apenas um homem na vida, a quem dedicou sua alma. Nunca mais foi capaz de sentir algo tão genuíno e profundo. Amou com todas as forças, e até certo ponto acreditava que também era amada, que o amor seria forte o bastante. Mas não deu. Ele era seu meio-tio. Venceu a genética.

sábado, fevereiro 27, 2010

Sentir



Quisera eu interromper as batidas do coração, calar os sentidos, sufocar sentimentos, extinguir desejos. Por que não nasci como qualquer outro ser vivo que não possui a capacidade de SENTIR?

Amor?



Amor é pouco. O que sinto ainda não tem nome.

sábado, fevereiro 20, 2010

Oceano



Ninguém pode viver a sua vida em seu lugar.
Sua vida só você a vive.
Ela é o maior empreendimento do mundo!
Já que é uma só,
entregue-se
renda-se,
permita-se,
e mergulhe
o mais fundo que for capaz
nesse Oceano
chamado Vida!!!

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Ser



"De tanto ser, só tenho alma".

(Fernando Pessoa)

Banquete



Se Deus fosse mulher, no sétimo dia não teria descansado. No domingo, teria preparado uma esplêndida refeição para acolher toda a Criação.

Todo-poderosas



Nós, mulheres, carregamos filhos, paixões, dores, desenganos amorosos, sacolas de supermercado, preocupações, medos...
Temos forças que surpreendem muitos, mesmo que sempre tenham nos chamado de sexo frágil. É que os músculos femininos, mais que no corpo, estão na alma e no coração.
O poder das mulheres reside em uma misteriosa força interior, energia instintiva, intuição prática, inteligência emocional, desejo irrenunciável de alcançar seus sonhos, compromisso incondicional para defender a vida.
É um poder único,original, transmitido de geração a geração. Mesmo que seja difícil definir, nós sabemos do que se trata.
É o ilimitado, estarrecedor e inesgotável potencial feminino... E, com isso, tudo está dito.

(Anna Parker)

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Vir-a-ser



A Vida é sempre um vir-a-ser, um porvir, um nada pronto. Quero dela extrair tudo o que não conheci; quero dela sorver toda a dádiva da entrega, do encontro, do sentir e do viver. Quero beber em sua fonte límpida e fecunda, sentir a energia viva brotando das profundezas da alma, invadindo todo o meu ser. Desejo que minha vida nunca fique pronta para que eu não corra o risco de me tornar pessoa sã, lúcida e coerente. Sou louca de pedra. Dessas que acredita em Virtudes, Amor, Amizade e sobretudo, que não perdeu a fé na Humanidade e na capacidade de amar do ser humano. Sou deliciosamente insana porque tenho fé absoluta em Deus, nos homens e em mim mesma.

Saudade



Palavrinha de sete letras existente somente em Língua Portuguesa. Alguns dos seus possíveis significados:
1. Recordação suave e nostálgica de pessoas ou coisas distantes, ou de coisas passadas. 2. Nostalgia. 3. Lembranças.
Digo "possíveis significados" porque dicionário é limitado, desprovido de uma alma que o inquiete. Ah! Se você soubesse, pobre dicionário! Se você conhecesse apenas um dos vastos cômodos do meu coração, ficaria no mínimo, constrangido, humilhado, boquiaberto. Compreenderia que tu não és capaz de definir emoção alguma. Tuas limitadas páginas simplesmente não comportam o que em mim transborda. Minha saudade é atemporal, não usa as vestes de Chronos. Sinto saudades de tudo o que ainda não me foi possível realizar ou conquistar. Sinto saudades do amor que ainda não vivi, do meu homem que ainda não foi meu; sinto saudades do que ainda não senti. Sinto saudades dos filhos que não tive, das viagens que ainda não realizei, dos amigos que ainda não fiz. Certamente em suas páginas estas seriam definições para "frustração", mas como você, pobre dicionário, também é desprovido de consciência, não sabe que "frustração" é uma definição usada somente por quem se considera derrotado e desistiu de si mesmo. Eu não. Enquanto existir vida pulsando aqui dentro, coração batendo e o otimismo incorrigível que me faz levantar todos os dias da cama, escolho sentir saudades. Saudades da vida se esparramando, preenchendo abundantemente os poros da alma. Sinto uma saudade, uma inesgotável e infinita saudade, de tudo aquilo que ainda não sou.

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Será que existe uma maneira?



Será que existe uma maneira de calar emoções, emudecer desejos? Interromper o tráfego do coração?

Alma sem fundo



Por que tanto me maltratas, senhora solidão? O Amor transbordando pelos poros; afagos formigando nas pontas dos dedos. O coração cheio, a cama vazia.
Para quê tanto sentimento se não tenho para quem oferecê-lo?
Maldito o dia em que nasci com Alma sem fundo!!

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Feridas



Por que certos homens se comprazem em entrar na vida de uma mulher unicamente para feri-la? Por quê?

domingo, fevereiro 07, 2010

Infinito




De repente compreendi que o Infinito vive aqui dentro. Aperta meu peito, sufoca meu coração e preenche todo o meu ser. Somente uma mulher é capaz de compreender o Infinito, porque sabe, acima de tudo, que esse é o outro nome do Amor.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Unidade



Será que existe sentimento mais pleno que sentir-se conectada com o Todo?
Será que existe sensação mais profunda que o sentimento de unidade?
A Vida está me ensinando que felicidade é um estado mental.
O Paraíso existe aqui e agora.
Obrigada Deus, Obrigada Antepassados, Obrigada Pai, Obrigada Mãe. Obrigada Mestre!

quarta-feira, janeiro 13, 2010

"Avatar"



Eu gostaria de escrever uma resenha à altura do filme, mas não estou em condições. Se estivesse, diria que em termos de tecnologia o filme é um verdadeiro banquete para os olhos. Não assisti a versão em 3D, mas certamente o banquete nessa versão é mais tentador ainda. Se eu fosse escrever uma resenha, diria que o que mais me agradou foi o roteiro. Prima por uma sensibilidade sem cair na apelação. "Avatar" trata de temas atuais, faz referências ao mundo real e à dita raça humana. "O povo do céu", como os habitantes "Navi" de Pandora chamam os humanos, pode bem ser uma alusão ao Cristianismo ou a qualquer religião que pretenda decidir quem tem ou não direito de ir para o céu. A invasão de Pandora pelos humanos e a cultura dizimada do povo "Navi" me fizeram pensar em como nossos nativos aqui do Brasil, os Maias, Incas e Astecas na América Latina e os povos da África se sentiram quando sofreram esse tipo de violência; também pensei no imperialismo dos EUA e nas invasões empreendidas por eles: Vietnã, Iraque...
Pensei que nossos índios ainda não se libertaram do colonialismo: muitos povos indígenas ainda vivem em guerra com os grandes fazendeiros pelo único bem que necessitam para sobreviver - a terra. Se eu fosse escrever uma resenha à altura do filme, diria que ele está cheio de referências da Sabedoria Oriental, passando pelo Budismo, Taoísmo, Hinduísmo e Xintoísmo; passou também pelo Xamanismo, que é a religião mais antiga que se tem registro. O respeito pela Vida em todas as suas formas, o respeito pelo coletivo, pela harmonia do Todo. E James Cameron ainda conseguiu aliar tudo isso à uma história de amor entre seres de espécies diferentes, mas de uma forma tão leve, tão singela...
"Avatar" fala sobre a necessidade de realizarmos uma ecologia humana, da necessidade eminente e urgente de curarmos nossas insanidades, de reformar o eu, de restaurar o humano em nós. É disso que depende a permanência do ser humano no planeta Terra. Se eu fosse escrever uma resenha à altura do filme, diria que ele me deixou com vergonha de pertencer à espécie humana. Mas não estou em condições de escrever, porque acabei de assistir ao filme e estou completamente baqueada.



"Avatar" é uma manifestação corporal de um ser imortal segundo a religião hindu, por vezes até do Ser Supremo. Deriva do sânscrito Avatāra, que significa "descida", normalmente denotando uma das encarnações de Vishnu (tais como Krishna), que muitos hinduístas reverenciam como divindade.
Muitos não-hindus, por extensão, usam o termo para denotar as encarnações de divindades em outras religiões.

A palavra "Avatar" se tornou popular entre os meios de comunicação e informática devido às figuras que são criadas à imagem e semelhança do usuário, permitindo sua "impersonalização" no interior das máquinas e telas de computador.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Fantasmas



Foi uma semana difícil, essa. Um sentimento sombrio me invadiu, fui tomada por uma tristeza não sei pelo quê, nem por quem, nem por onde veio. "Não sei, só sei que foi assim". Acabei somatizando: dores pelo corpo, uma vontade irresistível de ficar na cama, febre e uma enxaqueca enlouquecedora. Tudo isso em um único dia. No dia seguinte a febre cedeu, as dores se dissiparam, mas veio uma queimação no estômago e a maldita da enxaqueca aqui, firme e forte, zombando de mim.
Não consegui ir trabalhar na sexta...
Não sou afeita a dores, mal estar, essas coisas que boa parte das pessoas têm. Sou difícil até de contrair resfriado, mas essa semana estive realmente derrubada. Meus fantasmas resolveram sair do porão e fizeram um motim:arrombaram as portas da sala de estar e invadiram. Não tive forças para conter a invasão, venceram os infelizes. Lei da sobrevivência das espécies. Senti medo, aperto no peito, solidão acompanhada de angústia...
Não tive filhos, nem sei se ainda tenho chance de tê-los; não tenho namorado ou coisa que o valha. Resta-me meu trabalho. A única coisa que considero realmente minha nesse mundo. Não é meramente minha fonte de renda ou sobrevivência, é literalmente minha vida, minha terapia, a atividade pela qual me realizo como ser humano. É ele que me possibilita evoluir, agregar valores, criar, projetar, realizar ideias. Eles me fazem sentir forte e autoconfiante, com o senso de capacidade à flor da pele. Me sinto útil, produtiva e independente. Mas não tem sido assim nos últimos meses. Meu trabalho é uma extensão de mim e se ele não vai bem, é certo que mais dia, menos dia, eu também entre em declínio. E foi assim que os fantasmas conseguiram sucesso na invasão. Mas sempre acredito que a hora mais escura da noite é justamente aquela em que está mais próximo o amanhecer, eis que ontem recebi um e-mail me convocando para uma entrevista. Entrei em contato e agendei para amanhã. Estou confiante, porque simplesmente acredito que posso. Que venham as mudanças!

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Gula


O que quero da vida? Vivê-la em cada vão do tempo, senti-la em cada poro, em cada suspiro, em cada piscar de olhos, em cada pulsar do meu coração. Quero beber a vida de uma só vez, num só gole. Sou megalômana, sedenta e faminta. Que a lucidez fique para os anoréxicos de felicidade.

domingo, janeiro 03, 2010

A Coerência é burra


As festas passaram, finalmente. É, finalmente passaram! Ele não gosta do dia do aniversário e nessa última semana fui obrigada a admitir para mim mesma que eu não suporto as festividades Noelescas. E eu que não o entendia, com sua aversão pela data do seu nascimento, agora me vejo aqui, com a mesma aversão, só que pelas festas de Dezembro...
Foi sempre assim. Em priscas eras o repúdio era mais leve e mais brando, eu conseguia até me divertir, me distrair com a euforia dos outros, mas nunca cheguei a me contagiar. Se é pela enorme quantidade de fatos desagradáveis ocorridos nessa época do ano em tempos da infância ou se é pela simples passagem do tempo, da idade chegando, ou se pelas duas razões, sinceramente não sei. Tudo o que sei é que quando Dezembro chega, fico torcendo para que ele termine, para que o tempo voe e Janeiro chegue logo.
Por que será que a hipocrisia nessa época do ano aumenta? Muitas pessoas vestem seus personagens, utilizam de gentileza, respeito e amor ao próximo, e durante o decorrer do ano sequer sabem o siginificado dessas atitudes. Acaso valores têm prazo de validade ou existe um decreto ou uma lei que obriguem a praticarmos essas atitudes em data determinada?
Não vivo em função de ser ou não aceita; não sinto necessidade de seguir paradigmas, de ser mais uma em meio à multidão; não sou obrigada a carregar um saquinho de sorrisos pré-fabricados para usá-los de acordo com a conveniência. A coerência é burra, míope e muito, muito entediante.