sexta-feira, dezembro 31, 2010

Que o Ano Novo Nove



"Que a luz luza. Que a paz paze. Que o som soe. Que a mãe manhe. Que o pai paie. Que o sol sole. Que o filho filhe. Que a árvore arvore. Que o ninho aninhe. Que o mar mare. Que a cor core. Que o abraço abrace. Que o perdão perdoe. Que tudo vire verbo e verbe. Verde. Como a esperança. Pois, do jeito que o mundo vai, dá vontade de apagar e começar tudo de novo. A vida é substantiva, nós é que somos adjetivos".

(Arthur da Távora)

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Feliz Natal, Meninas!



Como muita gente sabe, não sou dada a comemorações noelescas. Acho essa correria toda um grande engodo, com gente hipócrita transbordando por todos os lados, que sequer te olha na cara durante o ano todo e, quando chega dezembro, te diz um feliz natal por entre os dentes, e tira um sorrisinho pré-fabricado do saco, só pra se fazer de simpática. Outra coisa que me incomoda bastante nesse período é a demasiada importância que dão aos tais presentes e compras: a cidade vira um inferno - primeiro porque, não esqueçamos, é a chegada do verão no hemisfério sul, e diga-se de passagem, aqui no Rio o maçarico fica ligado quase que vinte e quatro horas por dia. Uma delícia. E como se não bastasse o calor infernal, aquele mesmo bando de gente hipócrita, lotando as lojas, quer de rua, quer de shoppings, bares, restaurantes e, pasmem: até farmácias! Uma grande sacada de marketing do sistema capitalista, essa de associar o nascimento do menino Jesus ao consumo...

Primeiro que nenhum de nós esteve lá e viu, com os próprios olhos, os tais reis magos presentearem o nascituro da manjedoura. Aliás, sequer temos certeza se o menino veio mesmo ao mundo...

Dia desses no twitter o humorista Marcius Melhem definiu em poucas palavras o meu sentimento pelo Natal: 'A coisa que eu mais amo nessa época de Natal é quando ele passa'.

Dito isso, como esse é um blog balzaquiano, e portanto, essencialmente feminino, gostaria de desejar, especialmente às minhas amigas e a todas as mulheres, uma farta ceia de Natal, repleta de iguarias e manjares dos deuses, se é que me entendem...

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Uma Página a Cada Dia



"Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocamos nela, corre por nossa conta."

(Chico Xavier)

Revolução da Alma



Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregue sua alegria, sua paz sua e vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém.
Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja.
A razão da sua vida é você mesmo. A tua paz interior é a tua meta de vida.
Quando sentires um vazio na alma, quando acreditares que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remete teu pensamento para os teus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você.
Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você. Não coloque o objetivo longe demais de suas mãos: abrace os que estão ao seu alcance hoje.
Se andas desesperado por problemas financeiros, amorosos, ou de relacionamentos familiares, busca em teu interior a resposta para acalmar-te, você é reflexo do que pensas diariamente.
Pare de pensar mal de você mesmo(a), e seja seu melhor amigo(a) sempre.
Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abra um sorriso para aprovar o mundo que te quer oferecer o melhor. Com um sorriso no rosto as pessoas terão as melhores impressões de você, e você estará afirmando para você mesmo que está "pronto“ para ser feliz.
Trabalhe, trabalhe muito a seu favor. Pare de esperar a felicidade sem esforços. Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda. Critique menos, trabalhe mais.
E não se esqueça nunca de agradecer. Agradeça tudo que está em sua vida nesse momento (...)
Nossa compreensão do universo ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida. A grandeza da vida não consiste em receber honras, mas em merecê-las.

(Aristóteles)

domingo, dezembro 05, 2010

Invictus




Baseada em fatos reais, a película narra o episódio em que o líder sul africano, Nelson Mandela, recém-eleito presidente, uniu a África do Sul utilizando o rúgbi, esporte nacional daquele país. Com o lema "Um Time, Um País", Madiba - nome de batismo do líder, dado por seu clã e pelo qual é carinhosamente chamado pelo povo - elevou a auto-estima da nação através do esporte, derrubando, assim, os muros levantados pelo apartheid.
O título do filme é uma alusão ao poema de nome homônimo, de autoria do poeta inglês William Ernest Henley, escrito em 1875, cujas palavras serviram de inspiração a Mandela durante os vinte e sete anos em que esteve preso.
A narrativa é um brinde à trajetória deste homem que, com sabedoria surpreendente, soube concretizar seus ideais de igualdade e liberdade; verdadeira lição de vida, fonte de inspiração para os nossos dias terrivelmente conturbados...

Transcrevo aqui o poema original:

Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll.
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

Tradução:

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por minha alma indomável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o capitão de minha alma.