terça-feira, março 29, 2011

Comunicação, Sociedade e Tortura



Sexta-feira. No último dia da semana, invariavelmente, estou cansadíssima, no limite de minhas forças. Buscando, com a paciência de um iogue, cumprir minha rotina com o mínimo de dignidade. Em plena sexta, 9:36h da manhã, é uma árdua tarefa prestar atenção à aula de Comunicação, Sociedade e Cultura. O professor até que é gente boa. Já a aula... Deus me defenda!
O cara usa uma metodologia jurássica, dinamismo abaixo de zero e a criatividade está há anos-luz da atividade cerebral dele. Como é possível a um ser humano de plena posse de suas capacidades de reflexão e senso crítico, sobreviver à essa tortura psicológica? Já fizemos algumas sugestões, mas parece que ele não entende nossa língua. Só sei que assistir a duzentos minutos de uma explanação que parte do nada para chegar a lugar nenhum, repleta de pensamentos sem uma gota de coerência, afeta seriamente a saúde dos meus neurônios. Os pobrezinhos se debatem, à espera de uma discussão ou polêmica que os possam estimular à atividade, mas é inútil. Tenho tentado convencê-los de que é menos desgastante fingir que aprendemos enquanto Iodo finge que ensina; enquanto ele finge dar aula, nós fingimos prestar atenção. No meu caso, só se for na companhia de Saramago, Clarice ou Guimarães Rosa - ai de mim se não fossem eles!!
Agora sei o porquê cursei Letras por três anos. Para evitar que minha mente sucumba ao pecado da mediocridade...
A Literatura é e sempre será minha salvação. Oremos.

quinta-feira, março 24, 2011

Etna




Das entranhas de meu
Etna particular
eclodem chamas,
labaredas,
faíscas.

Ecos de um vulcão
adormecido,
gritando surdamente
por seu direito
à erupção...

quarta-feira, março 23, 2011

Oração Para Visualizar A Grande Harmonia entre A Natureza e Os Seres Humanos



por Masanobu Taniguchi Sensei, Supremo Presidente da Seicho-No-Ie, quarta, 23 de março de 2011 às 21:18h


Na Imagem Verdadeira do mundo criado por Deus, Natureza e seres humanos estão sempre em harmonia como um só ser. A Natureza mantém e sustenta os seres humanos, fornece a eles meios de se expressarem e lhes dá alegria. Os seres humanos são gratos por isso, amam a Natureza, fornecem a ela nutrientes e a cultivam, tornando-a abundante. Não há lacuna nem atrito entre eles, nem existe qualquer distinção ou diferença entre ambos.



O corpo físico que foi concedido aos seres humanos para sua autoexpressão é feito da mesma composição material da Natureza, a qual os cerca. Assim, os seres humanos obtêm oxigênio na Natureza e o transformam em energia, bebem água e a transformam em óleo lubrificante para si próprios, e assimilam alimentos para manter seus corpos físicos em condições de ajudá-los a crescer. Abençoados são aqueles que podem visualizar a sabedoria, o amor e a Vida de Deus nesse fluir do mundo material, dentro da circulação de moléculas e átomos. Coisas materiais são os resultados; Deus é a fonte. Deus vê a Imagem Verdadeira de todos os seres em perfeita e completa harmonia, sustentando-se uns aos outros, e declara ser “muito bom”.

Não ver a Imagem Verdadeira, e olhar o “indivíduo” como realidade e centro ou foco do mundo, é ilusão. Quando os seres humanos veem apenas “a perda ou o ganho individual”, eles perdem a visão da Grande Harmonia entre eles e a Natureza. É uma tolice os seres humanos observarem as deficiências e inadequações da Natureza, considerarem-na como um obstáculo, tentarem colocá-la sob seu controle, e alterarem sua composição, a fim de usá-la para suas próprias vantagens. Olhar para uma parte da Natureza como sendo algo hostil e destruidor é vergonhoso. Ao fazerem isso, os seres humanos perdem seu senso de unidade com a Natureza e causam a diminuição das bênçãos provenientes dela -- entre as quais inclui-se a força de autocura -- e até mesmo perdem a sua razão de viver.

Se os seres humanos pensam que a Natureza seja uma inimiga ou algo hostil, como reflexo da mente iludida, aparecem, então, condições na Natureza por ela ter sido tratada ou considerada hostil. Embora os seres humanos possam desbastar montanhas, cortar florestas, represar rios, encher lagos e oceanos, e atentar apenas para a própria prosperidade, esses fatos não são a vontade de Deus. Isso é um trabalho criativo falho, que nem um pouco espelha o mundo da Imagem Verdadeira que Deus declara ser “muito bom”. Sempre chegará a hora em que aquilo que não é a Imagem Verdadeira encontrará a destruição e a ruína. É o colapso daquilo que é falso, e a desintegração e autodestruição do carma.

Entretanto, não devemos considerar esse fato como sendo “ira de Deus”. Não devemos olhar para o tsunami (N. da T.: onda gigante) movendo-se a uma velocidade incompreensível, destruindo vastas áreas agrícolas, levando tudo que encontra pela frente, e pensar que seja ação de Deus, tomado pela ira e pela fúria. Deus não destrói montanhas, nem eleva o nível dos mares. Ele não transforma praias em terras agrícolas. Ele não constrói fábricas. Ele não constrói aeroportos ou áreas para pesquisas nucleares. Esses são todos atos dos seres humanos que pensam em seus próprios lucros e benefícios, sem considerar a extinção de espécies de plantas e animais. Terremotos que atingem as ilhas japonesas e as áreas de dentro e ao redor da Nova Zelândia são parte das mudanças da crosta terrestre, que ocorrem repetidamente desde remotas épocas, e não são, definitivamente, condições anômalas. Assim parecem devido à estreita visão dos seres humanos, à linha do tempo de seu pensamento ser tão curta e por serem tão centrados em si mesmos.

Não há como os seres humanos prosperarem e viverem de forma eternamente abundante, enquanto conduzirem muitas vidas à extinção e destruírem o sistema existente na Natureza que sustenta e doa. A composição do mundo da Grande Harmonia é feita de tal forma que todas as espécies de plantas e animais florescem somente quando auxiliam, suprem, complementam e doam reciprocamente. Quando os seres humanos não reconhecem ou não compreendem isso, mas, ao contrário, pensam nas outras formas de vida como “ferramentas” ou “inimigos”, ou ainda, até mesmo como “empecilho”, estão mudando um mundo que na essência é estável, para um mundo instável. Os seres humanos precisam aprender com esse “trabalho criativo falho”.

Um grande terremoto não é a “ira de Deus”; é uma “lição da Deusa da Misericórdia e da Salvação”. Somente quando não as temos mais, é que conscientizamos quantas bênçãos a Natureza tem-nos dado. Estamos aprendendo que não importa quantas estruturas artificiais, feitas pelos homens -- campos, portos, estradas, linhas de força, conexões de Internet --tenhamos construído, se ignorarmos ou negligenciarmos a energia e a estrutura expansiva e bela da Natureza e cometermos o tolo erro de desrespeitá-la e violá-la, a vida no mundo civilizado será destruída instantaneamente. A Deusa da Misericórdia e da Salvação, que é a nossa natureza verdadeira, está ensinando a nós, seres humanos, “Sejam mais humildes”, “Conscientizem que vocês são parte da Natureza”, “Restaurem o eu que é uno com a Natureza”.

Não pensem nos desafortunados que foram vítimas do desastre como seres atingidos pela “ïra de Deus”. Deus é o Criador da Terra Pura da Imagem Verdadeira, perfeita e harmoniosa, portanto, não há qualquer necessidade para Ele “ficar com raiva”. Quando a humanidade não consegue despertar de sua profunda ilusão e não é mais possível interromper o aquecimento global e a mudança climática, resultante da contínua destruição da Natureza, passa a ser necessário que algo ou alguém seja o catalisador para despertar as pessoas de seu sono. Os artistas que continuam a criar sua obra de arte, confiando em seu vício nas drogas, são incapazes de reconhecer as falhas em seu trabalho. É quando aparece alguém que diz, enfaticamente, “Esta obra está errada!”. Quando esse grito da “Voz do Deus interior” não alcança muitas pessoas, mesmo que uma ou duas continuem gritando, torna-se necessário que um grupo se una em coro para chamar a atenção ao fato – para dizer “Esta obra precisa ser reescrita; ela precisa ser refeita!” Aqueles que expressaram a tristeza com os desastres do mundo fenomênico têm um papel muito precioso e nobre. Essas pessoas, de fato, são a nossa consciência, são os porta-vozes da verdadeira natureza do filho de Deus. Eles são as Deusas da Misericórdia e da Salvação.

Com humildade, agora, ouvimos os preciosos ensinamentos da Deusa da Misericórdia e da Salvação, e expressamos nossa sincera gratidão e apreço. Com nova resolução, procederemos em direção à Imagem Verdadeira do mundo criado por Deus. Deus, muito obrigado.

Entrega




Me entreguei de alma para a vida. Isso tem feito toda a diferença.

terça-feira, março 22, 2011

Sinceridade



"Quando falo a verdade não quer dizer que você tem que acreditar em mim. Quer dizer apenas que tenho caráter".

(Gabi Souza)

Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender



1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.
2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.
3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.
4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.
5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.
6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".
8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".
9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.
10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.

(Autor Desconhecido)

domingo, março 13, 2011

Voe...


"Imagine. Invente. Sonhe. Voe.
Se a realidade te alimenta com merda, meu irmão,
a mente pode te alimentar com flores."

(Caio F. Abreu)

Minha Vontade de Alegria



Hoje uma amiga comentou comigo: 'estou sofrendo'. Então tentei alertá-la para o fato de que seria mais saudável e útil se ela focasse sua atenção, tempo e energia no novo trabalho conquistado há tão pouco tempo e nas coisas positivas que a vida oferece. Ela, por sua vez, preferiu dar espaço às sombras de sua alma e então lançou-se a queixar-se do pseudonamorado, distante não sei quantos quilômetros daqui, no Sul. O carinha disse à ela que está emocionalmente envolvido com a ficante. Mais uma vez, em vão, tentei mostrá-la o lado positivo da situação, uma vez que essa minha amiga tem tendências autossabotadoras e autodestrutivas. Tudo em vão. Então a esperei desfiar seu rosário de lamentações, seguido da vitimização, beirando o patético. É... eu tive essa paciência, podes crer. Terminado o terço, foi minha vez de encenar meu monólogo. Você que me lê, por favor não me acuse de insensível ou coisa que o valha. Sou pragmática, é bem diferente. Estou aprendendo com os homens, experts no assunto, diga-se de passagem...
Se existe uma coisa com a qual não tenho a menor paciência é com as colegas cegas/burras/idealizadoras de minha espécie. A capacidade delas para lidar com a realidade dos fatos é nula; a faculdade de enxergar o que está embaixo de seus narizes, não existe; e o pior e mais desesperador é a total ausência de esforço para alcançar lucidez, equilíbrio emocional e ele, o bom e velho pragmatismo masculino. Se essa tal amiga estivesse sofrendo por uma traição, por um desentendimento grave, pelo fim da relação ou qualquer coisa que lembrasse uma relação de verdade, tudo bem, seria perfeitamente compreensível e cabível. Mas para mim é extremamente difícil compreender que ela sofra por um homem que nunca foi dela, por uma relação que nunca existiu, pela perda de algo que não teve...
O carinha mora no Sul do país, nunca estiveram juntos em ambiente diferente da net, nunca se tocaram, beijaram ou algo mais. Será que nunca passou pela cabeça dela que relações à distância não resistem ao tempo, à ausência, e principalmente, à carência e necessidade de companhia, tão naturais do ser humano?
A 'relação' só aconteceu dentro da cabeça dela, mas ela não encara esse fato. E sinceramente, não tenho a menor vocação para alimentar sentimentos dessa natureza. Ela ficou irada comigo, perguntou se eu não sofro, se eu não sinto... ah! se ela soubesse das desventuras e desencontros que já enfrentei nessa vida...
O ponto fundamental não é sofrer ou não sofrer, mas sim a forma como encaramos as decepções e reveses. Eu disse à ela que ela prefere se vitimizar, se autoflagelar, fazer o papel de sofredora Eu prefiro encarar de frente e se tiver de sofrer, sofro com dignidade, essa é a diferença.
Não nasci para esse papel. No palco da vida eu escolhi atuar com intensidade, fazer as coisas que gosto, com as pessoas que amo. Eu fiz um pacto com a felicidade e não pretendo rompê-lo, sob hipótese alguma!
Como diria Adélia Prado, 'Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô'.

sexta-feira, março 11, 2011

Quando...



"Tudo vai melhorar quando a maioria das pessoas de bem for mais ousada que as canalhas"...

(A. Jabor)

O Japão Chora...



Minhas profundas condolências à essa maravilhosa Nação, terra de Meus Queridos Mestres Masaharu, Seicho e Masanobu. Reverências...

terça-feira, março 08, 2011

Blink Bassy



Não sou adepta da Festa de Momo, mas costumo acompanhar o carnaval de Salvador pela TV, e hoje, recebi um presente de Saulo, da Banda Eva, quando ele convidou o cantor camaronês Blick Bassy para cantar no trio. O cara cantou "Meu Bem Querer", do Mestre Djavan, com uma emoção de fazer brotar lágrimas nos olhos. Em minha opinião foi o momento mais emocionante desse carnaval. O cara tem uma voz, um swing, canta com a alma...

terça-feira, março 01, 2011

Intuição


Tivera nascido pedra e agora não traria a alma a arder em chamas, consumida pela tormenta de ainda não havê-lo encontrado e nem conhecido...
O silêncio da tua voz é como o inferno a devorar-me, a sorver-me as pálidas forças que ainda me restam, esperançosas de teus abraços, sedentas de teus beijos.
Tivera vindo ao mundo sob a forma de qualquer outra coisa que não contivesse em si um coração, não carregaria agora o peito a derramar-se em pranto de saudades da mulher que ainda não sou, do Amor que ainda não vivi...
Não sei em que tempo, era ou planeta. Não sei sequer em qual dimensão. Mas fui amada, majestosamente amada pelo senhor do meu coração...

Antropofagia



Transborda em mim um desejo de Amor antropofágico, daqueles que devoram a razão, o bom senso. Meus sentidos clamam por um Amor capaz de consumir, de uma só vez, a lucidez que ainda me impede de voar e transcender este mundo efêmero...