quarta-feira, julho 20, 2011

A Malícia da Serpente



Toda pessoa que entra em minha vida, até que me prove em contrário, é digna da minha atenção, do meu carinho e do meu respeito. Mas quando sem motivo algum sou tratada com indiferença, decididamente me recuso a fazer o papel de pedinte da atenção alheia; não me permito atuar numa peça deprimente dessas. Primeiro, porque não dou a ninguém razões para isso; segundo, porque se uma pessoa sente-se no direito de me tratar com desprezo, sem ao menos ligar, enviar um torpedo, ou um sinal de fumaça, é a prova cabal de que tal ser humano não merece que eu me incomode tanto com ele. Definitivamente não nasci para mendigar, implorar ou sequer pedir atenção de quem quer que seja. Para estar comigo, tem que me querer e muito. Pois ninguém vale tanto à pena ao ponto de eu deixar de me querer. E tenho dito.

Bons Amigos, por Machado de Assis



"Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas"!

segunda-feira, julho 18, 2011

Mandela Day



Hoje Madiba completa 93 anos de idade. A ONU proclamou o dia 18 de julho o Dia Internacional de Nelson Mandela. Como admiradora dessa figura ímpar na História da Humanidade, não poderia deixar a data passar em branco, sem lhe render minha humildde homenagem. Pensei em publicar um texto meu, mas me dei conta de que qualquer tentativa dessa natureza não seria capaz de corresponder à grandeza de sua Obra; a Vida de Madiba dispensa qualquer emenda, qualquer comentário. Por isso optei por reproduzir um excerto do livro "Nelson Mandela - Conversas Que Tive Comigo", que li recentemente:

"Você pode achar que a cela é o lugar ideal para aprendermos a nos conhecer, para se vasculhar realística e regularmente os processos da mente e dos sentimentos. Ao avaliarmos nosso progresso como indivíduos, tendemos a nos concentrar em fatores externos, como posição social, influência e popularidade, riqueza e nível de instrução. Certamente são dados importantes para se medir o sucesso nas questões materiais, e é perfeitamente compreensível que tantas pessoas se esforcem tanto para obter todos eles. Mas os fatores internos são ainda mais decisivos no julgamento do nosso desenvolvimento como seres humanos. Honestidade, sinceridade, simplicidade, humildade, generosidade pura, ausência de vaidade, disposição para ajudar os outros - qualidades facilmente alcançáveis por todo indivíduo - são os fundamentos da vida espiritual. O desenvolvimento de questões dessa natureza é inconcebível sem uma séria introspecção, sem o conhecimento de nós mesmos, de nossas fraquezas e nossos erros. Pelo menos - ainda que seja a única vantagem - a cela de uma prisão nos dá a oportunidade de examinarmos diariamente toda nossa conduta, de superarmos o mal e desenvolvermos o que há de bom em nós. A meditação diária,de uns quinze minutos antes de nos levantarmos, é muito produtiva nesse aspecto. A princípio, pode ser difícil identificar os aspectos negativos em sua vida, mas a décima tentativa pode trazer valiosas recompensas. Nunca se esqueça de que os santos são pecadores que continuam tentando."

(Nelson Rolihlahla Mandela, in: Carta a Winnie Mandela, na prisão de Kroonstad - datada de 1º de Fevereiro de 1975)

terça-feira, julho 05, 2011

Das Dificuldades em Desistir de uma Universidade Federal


Interessante como as coisas na vida mudam: interesses, sonhos, projetos e planos. Há 9 meses atrás, quando participei do Enem, estava disposta a realizar uma mudança radical em minha vida - isso incluía mudança de curso na faculdade, mudança de trabalho e até mudança de cidade, caso fosse necessário. Pois bem. E vai daí que o Enem possibilita a seleção pelo SISU - Sistema de Seleção Unificado, duas vezes ao ano, entre um semestre e outro, permitindo a inscrição em dois cursos em qualquer universidade federal do país. No primeiro semestre eu me inscrevi, porém não obtive sucesso, creio que pelo fato da concorrência ser maior.

E acontece que o segundo semestre chegou. E claro, que lá fui eu tentar novamente. Na primeira opção - Jornalismo, não obtive sucesso. É um curso hiper, mega concorrido, ainda mais na UFF; segunda opção: Letras, na Federal do Recôncavo da Bahia. Por que da Bahia, alguém deve está se perguntando. Sim, porque amo a Bahia, me identifico até à raiz do cabelo(literalmente!)com a Cultura e o modo de ser e viver do soteropolitano...

Mas continuando: sábado, 2 de julho, coincidentemente o dia em que a Bahia comemora sua Independência, saiu o resultado. Entrei no site e eis que meu nome figurava na lista de classificados, na 17ª posição, num total de 23 vagas. O susto foi tão grande, que fui tomada de assalto por uma enxaqueca insuportável, que durou por todo o sábado. Uma decisão muito difícil de se tomar, ainda mais com um prazo de matrícula tão curto. Hoje eu deveria estar em solo baiano, nessa cidadezinha aí da foto, porque o prazo começou hoje e termina amanhã...

E eis o eixo central da Crônica de hoje. Escolhi ficar. Ah, se esse resultado tivesse sido há seis meses atrás, no início do ano! Eu não havia começado a cursar Comunicação Social, portanto, não estaria completamente apaixonada pela área; há seis meses atrás, eu desejava mudar radicalmente a minha vida, queria descobrir novos horizontes, viver novas experiências e mudar de cidade seria uma ótima maneira de realizar esse intento. Há seis meses atrás, eu estava sozinha, descomprometida, livre, leve e solta; queria mudar de emprego, de casa.
Mas o Universo, esse Sábio infalível, respondeu aos meus anseios de forma inesperada e imprevisível. Me trouxe várias possibilidades de aprendizado e descobertas na faculdade; como consequência, minhas chances de trabalho aumentaram e novos projetos surgiram; conheci pessoas incríveis, profissionais sensacionais do ramo.
E o maior ganho de todos eles: o Amor pelo qual esperei durante toda a vida, finalmente se materializou. E sendo muito franca comigo mesma, percebi que não sou capaz de abrir mão dessas conquistas. Tomás me deu força, para ir, disse que eu não deveria perder uma chance dessas; insistiu para que eu fosse me matricular e na volta pensaria com mais calma. Mesmo assim, escolhi ficar. Penso que se eu fosse, poderia voltar ainda mais indecisa e confusa, e como boa taurina, sinto verdadeira aversão por dilemas. Escolhi ficar e arcar com todas as consequências da minha escolha. E sou muito feliz por isso.

quinta-feira, junho 23, 2011

Lídia Jackson - Avaliação da Disciplina CSC



Lídia nasceu em São Miguel Paulista, há doze anos. Aos cinco, quando assistiu pela primeira vez um víedo de Michael Jackson, se encantou e começou a ensaiar os passos que anos mais tarde se tornariam sua marca.
Os anos passaram e quando já contava oito anos, em apenas uma noite, assistindo e reassistindo um DVD, aprendeu a fazer o moonwalke, principal passo de dança do ídolo. Daí em diante, passou a fazer apresentações espontâneas em locais públicos. Nessa mesma época surgiu um concurso de covers do Rei do Pop e Lídia se inscreveu, concorrendo com vinte candidatos, todos homens, e foi a vencedora.
Foi a partir desse momento que começaram a surgir os convites para apresentações em festas particulares e alguns programas de tv em São Paulo. E assim passou a viver uma segunda vida, de artista mirim, conhecida e reconhecida entre a comunidade de fãs do astro pop, adotou o sobrenome Jackson como estratégia de divulgação do seu trabalho.
Em dezembro de 2010, uma crise na família obriga sua mãe a vir para o Rio de Janeiro recomeçar a vida. Sem parentes, sem amigos, sem lenço e sem documento. Atualmente Lídia e a família vivem no bairro Corte Oito, próximo ao Centro de Duque de Caxias, estuda em uma escola da Rede Municipal junto com o irmão, Matheus. Sua rotina de apresentações não foi alterada, pelo contrário, segundo sua mãe, Rosana, o Rio é muito melhor que São Paulo em termos de reconhecimento do trabalho de Lídia.

terça-feira, junho 21, 2011

Das Diferenças entre Religião e Espiritualidade



"A religião não é apenas uma, são centenas;
A Espiritualidade é apenas uma.
A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer; querem ser guiados;
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua voz interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas;
A Espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.
A religião ameaça e amedronta;
A Espiritualidade lhe dá paz interior.
A religião fala de pecado e de culpa;
A Espiritualidade lhe diz "aprende com o erro".
A religião reprime tudo;
A Espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!
A religião não é deus;
A Espiritualidade é TUDO, portanto, é DEUS.
A religião inventa;
A Espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona;
A Espiritualidade questiona tudo.
A religião é humana, é uma organização com regras;
A Espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões;
A Esíritualidade é causa de União.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado;
A Espiritualidade busca o Sagrado em Todos os livros.
A religião se alimenta do medo;
A Espiritualidade se fortalece na confiança e na fé.
A religião nos faz renunciar ao mundo;
A Espiritualidade nos faz viver em Deus.
A religião é adoração;
A Espiritualidade é Meditação.
A religião sonha com a glória e o paraíso;
A Espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso Aqui e Agora.
A religião enclausura nossa memória;
A Espiritualidade liberta nossa Consciência.
A religião crê na vida eterna;
A Espiritualidade nos faz Conscientes da Vida Eterna.
A religião promete para depois da morte;
A Espiritualidade é encontrar Deus em nosso Interior durante a Vida."

(Autor Desconhecido, publicado originalmente no Jornal Prana - Ed. Junho/2011)

sábado, junho 18, 2011

Frisson


Meu coração pulou
Você chegou, me deixou assim
Com os pés fora do chão
Pensei: que bom...
Parece, enfim acordei
Pra renovar meu ser
Faltava mesmo chegar você
Assim sem me avisar
Pra acelerar...

Um coração que já bate pouco
De tanto procurar por outro
Anda cansado
Mas quando você está do lado
Fica louco de satisfação
Solidão nunca mais

Você caiu do céu
Um anjo lindo que apareceu
Com olhos de cristal
Me enfeitiçou
Eu nunca vi nada igual

De repente...
Você surgiu na minha frente
Luz cintilante
Estrela em forma de gente
Invasora do planeta amor
Você me conquistou
Me olha, me toca, me faz sentir
Que é hora, agora, da gente ir

quinta-feira, junho 02, 2011

Tabacaria



"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."

(Pessoa)

Presença




"É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo, machucado,
a folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu te sentir
como sinto – em mim – a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te"!

(Mário Quintana)

terça-feira, maio 31, 2011

Borboletas, por Mário Quintana



"Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui para satisfazer as delas.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e a vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas, mas sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!"

segunda-feira, maio 16, 2011

Aniversário




No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

(Pessoa/ÁLvaro de Campos)

quarta-feira, maio 11, 2011

Certas Horas...



Há certas horas, em que não precisamos de um Amor
Não precisamos da paixão desmedida
Não queremos beijo na boca
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama

Há certas horas, que só queremos a mão no ombro,
o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado
sem nada dizer

Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar,
que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente,
a brincar com a gente, a nos fazer sorrir

Alguém que ria de nossas piadas sem graça
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo
Que nos teça elogios sem fim
E que apesar de todas essas mentiras úteis,
nos seja de uma sinceridade inquestionável

Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado
Alguém que nos possa dizer:
Acho que você está errado, mas estou do seu lado
Ou alguém que apenas diga:
Sou seu amor. E estou aqui!"

(William Shakespeare)

Lennon

sábado, abril 09, 2011

Violência, nas palavras de Osho




Durante milhares de anos temos trabalhado para fazer deste planeta um grande hospício, e infelizmente conseguimos.

Em toda parte as mesmas coisas se repetem: as pessoas estão se matando umas às outras, há violência pelo simples motivo que nós, de maneira muito sutil, não permitimos que as pessoas usem suas energias de formas criativas.

E, sempre que as energias criativas são bloqueadas, tornam-se destrutivas.

A violência não é o verdadeiro problema. O verdadeiro problema é como ajudar as pessoas a serem criativas. Uma pessoa criativa não pode ser violenta porque suas energias estão se movendo em direção ao divino. Então você não pode ser violento, não pode ser destrutivo; isso é impossível.

Contudo, por milhares de anos destruímos todas as portas possíveis para a criatividade. Em vez de ajudar as pessoas a serem criativas, nós as treinamos para serem destrutivas. Guerreiros, soldados: nós os respeitamos demais.

Precisamos de amantes, não de combatentes. Mas o amor é condenado e a violência valorizada. É mais fácil brigar com uma pessoa e decidir quem está certo. A lei do mais forte — a lei da selva continua valendo.

Dizemos que os homens são civilizados... Eles ainda têm que se tornar civilizados. Essa é apenas uma ideia que ainda não foi concretizada. Os homens são civilizados apenas superficialmente, é apenas uma camada de verniz.

Basta arranhar essa superfície e você irá encontrar o animal por baixo — uma besta feroz, muito mais feroz que qualquer animal selvagem.

Nenhum animal, por mais selvagem que seja, usa bombas — bombas atômicas, bombas de hidrogênio. Comparado aos homens e à sua violência, qualquer animal fica muito aquém.


Osho, em "Osho de A a Z: Um Dicionário Espiritual do Aqui e Agora"
Imagem por JorgeMiente.es

terça-feira, abril 05, 2011

Metamorfose Ambulante



“Mude. Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa. Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa. Tome outros ônibus. Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os teus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira pra passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.


Veja o mundo por outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma do outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de TV, compre outros jornais... leia outros livros. Viva outros romances!

Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo. Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.

Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria. Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa. Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... tome banho em novos horários. Use canetas de outras cores Vá passear em outros lugares.


Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes. Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escrevas outras poesias. Jogue fora os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores. Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus. Mude.


Lembre-se que a vida é uma só. Pense seriamente em arrumar um novo emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano. Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo. E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino

Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez!!!
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas. Mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda!"

(Edson Marques)

terça-feira, março 29, 2011

Comunicação, Sociedade e Tortura



Sexta-feira. No último dia da semana, invariavelmente, estou cansadíssima, no limite de minhas forças. Buscando, com a paciência de um iogue, cumprir minha rotina com o mínimo de dignidade. Em plena sexta, 9:36h da manhã, é uma árdua tarefa prestar atenção à aula de Comunicação, Sociedade e Cultura. O professor até que é gente boa. Já a aula... Deus me defenda!
O cara usa uma metodologia jurássica, dinamismo abaixo de zero e a criatividade está há anos-luz da atividade cerebral dele. Como é possível a um ser humano de plena posse de suas capacidades de reflexão e senso crítico, sobreviver à essa tortura psicológica? Já fizemos algumas sugestões, mas parece que ele não entende nossa língua. Só sei que assistir a duzentos minutos de uma explanação que parte do nada para chegar a lugar nenhum, repleta de pensamentos sem uma gota de coerência, afeta seriamente a saúde dos meus neurônios. Os pobrezinhos se debatem, à espera de uma discussão ou polêmica que os possam estimular à atividade, mas é inútil. Tenho tentado convencê-los de que é menos desgastante fingir que aprendemos enquanto Iodo finge que ensina; enquanto ele finge dar aula, nós fingimos prestar atenção. No meu caso, só se for na companhia de Saramago, Clarice ou Guimarães Rosa - ai de mim se não fossem eles!!
Agora sei o porquê cursei Letras por três anos. Para evitar que minha mente sucumba ao pecado da mediocridade...
A Literatura é e sempre será minha salvação. Oremos.

quinta-feira, março 24, 2011

Etna




Das entranhas de meu
Etna particular
eclodem chamas,
labaredas,
faíscas.

Ecos de um vulcão
adormecido,
gritando surdamente
por seu direito
à erupção...

quarta-feira, março 23, 2011

Oração Para Visualizar A Grande Harmonia entre A Natureza e Os Seres Humanos



por Masanobu Taniguchi Sensei, Supremo Presidente da Seicho-No-Ie, quarta, 23 de março de 2011 às 21:18h


Na Imagem Verdadeira do mundo criado por Deus, Natureza e seres humanos estão sempre em harmonia como um só ser. A Natureza mantém e sustenta os seres humanos, fornece a eles meios de se expressarem e lhes dá alegria. Os seres humanos são gratos por isso, amam a Natureza, fornecem a ela nutrientes e a cultivam, tornando-a abundante. Não há lacuna nem atrito entre eles, nem existe qualquer distinção ou diferença entre ambos.



O corpo físico que foi concedido aos seres humanos para sua autoexpressão é feito da mesma composição material da Natureza, a qual os cerca. Assim, os seres humanos obtêm oxigênio na Natureza e o transformam em energia, bebem água e a transformam em óleo lubrificante para si próprios, e assimilam alimentos para manter seus corpos físicos em condições de ajudá-los a crescer. Abençoados são aqueles que podem visualizar a sabedoria, o amor e a Vida de Deus nesse fluir do mundo material, dentro da circulação de moléculas e átomos. Coisas materiais são os resultados; Deus é a fonte. Deus vê a Imagem Verdadeira de todos os seres em perfeita e completa harmonia, sustentando-se uns aos outros, e declara ser “muito bom”.

Não ver a Imagem Verdadeira, e olhar o “indivíduo” como realidade e centro ou foco do mundo, é ilusão. Quando os seres humanos veem apenas “a perda ou o ganho individual”, eles perdem a visão da Grande Harmonia entre eles e a Natureza. É uma tolice os seres humanos observarem as deficiências e inadequações da Natureza, considerarem-na como um obstáculo, tentarem colocá-la sob seu controle, e alterarem sua composição, a fim de usá-la para suas próprias vantagens. Olhar para uma parte da Natureza como sendo algo hostil e destruidor é vergonhoso. Ao fazerem isso, os seres humanos perdem seu senso de unidade com a Natureza e causam a diminuição das bênçãos provenientes dela -- entre as quais inclui-se a força de autocura -- e até mesmo perdem a sua razão de viver.

Se os seres humanos pensam que a Natureza seja uma inimiga ou algo hostil, como reflexo da mente iludida, aparecem, então, condições na Natureza por ela ter sido tratada ou considerada hostil. Embora os seres humanos possam desbastar montanhas, cortar florestas, represar rios, encher lagos e oceanos, e atentar apenas para a própria prosperidade, esses fatos não são a vontade de Deus. Isso é um trabalho criativo falho, que nem um pouco espelha o mundo da Imagem Verdadeira que Deus declara ser “muito bom”. Sempre chegará a hora em que aquilo que não é a Imagem Verdadeira encontrará a destruição e a ruína. É o colapso daquilo que é falso, e a desintegração e autodestruição do carma.

Entretanto, não devemos considerar esse fato como sendo “ira de Deus”. Não devemos olhar para o tsunami (N. da T.: onda gigante) movendo-se a uma velocidade incompreensível, destruindo vastas áreas agrícolas, levando tudo que encontra pela frente, e pensar que seja ação de Deus, tomado pela ira e pela fúria. Deus não destrói montanhas, nem eleva o nível dos mares. Ele não transforma praias em terras agrícolas. Ele não constrói fábricas. Ele não constrói aeroportos ou áreas para pesquisas nucleares. Esses são todos atos dos seres humanos que pensam em seus próprios lucros e benefícios, sem considerar a extinção de espécies de plantas e animais. Terremotos que atingem as ilhas japonesas e as áreas de dentro e ao redor da Nova Zelândia são parte das mudanças da crosta terrestre, que ocorrem repetidamente desde remotas épocas, e não são, definitivamente, condições anômalas. Assim parecem devido à estreita visão dos seres humanos, à linha do tempo de seu pensamento ser tão curta e por serem tão centrados em si mesmos.

Não há como os seres humanos prosperarem e viverem de forma eternamente abundante, enquanto conduzirem muitas vidas à extinção e destruírem o sistema existente na Natureza que sustenta e doa. A composição do mundo da Grande Harmonia é feita de tal forma que todas as espécies de plantas e animais florescem somente quando auxiliam, suprem, complementam e doam reciprocamente. Quando os seres humanos não reconhecem ou não compreendem isso, mas, ao contrário, pensam nas outras formas de vida como “ferramentas” ou “inimigos”, ou ainda, até mesmo como “empecilho”, estão mudando um mundo que na essência é estável, para um mundo instável. Os seres humanos precisam aprender com esse “trabalho criativo falho”.

Um grande terremoto não é a “ira de Deus”; é uma “lição da Deusa da Misericórdia e da Salvação”. Somente quando não as temos mais, é que conscientizamos quantas bênçãos a Natureza tem-nos dado. Estamos aprendendo que não importa quantas estruturas artificiais, feitas pelos homens -- campos, portos, estradas, linhas de força, conexões de Internet --tenhamos construído, se ignorarmos ou negligenciarmos a energia e a estrutura expansiva e bela da Natureza e cometermos o tolo erro de desrespeitá-la e violá-la, a vida no mundo civilizado será destruída instantaneamente. A Deusa da Misericórdia e da Salvação, que é a nossa natureza verdadeira, está ensinando a nós, seres humanos, “Sejam mais humildes”, “Conscientizem que vocês são parte da Natureza”, “Restaurem o eu que é uno com a Natureza”.

Não pensem nos desafortunados que foram vítimas do desastre como seres atingidos pela “ïra de Deus”. Deus é o Criador da Terra Pura da Imagem Verdadeira, perfeita e harmoniosa, portanto, não há qualquer necessidade para Ele “ficar com raiva”. Quando a humanidade não consegue despertar de sua profunda ilusão e não é mais possível interromper o aquecimento global e a mudança climática, resultante da contínua destruição da Natureza, passa a ser necessário que algo ou alguém seja o catalisador para despertar as pessoas de seu sono. Os artistas que continuam a criar sua obra de arte, confiando em seu vício nas drogas, são incapazes de reconhecer as falhas em seu trabalho. É quando aparece alguém que diz, enfaticamente, “Esta obra está errada!”. Quando esse grito da “Voz do Deus interior” não alcança muitas pessoas, mesmo que uma ou duas continuem gritando, torna-se necessário que um grupo se una em coro para chamar a atenção ao fato – para dizer “Esta obra precisa ser reescrita; ela precisa ser refeita!” Aqueles que expressaram a tristeza com os desastres do mundo fenomênico têm um papel muito precioso e nobre. Essas pessoas, de fato, são a nossa consciência, são os porta-vozes da verdadeira natureza do filho de Deus. Eles são as Deusas da Misericórdia e da Salvação.

Com humildade, agora, ouvimos os preciosos ensinamentos da Deusa da Misericórdia e da Salvação, e expressamos nossa sincera gratidão e apreço. Com nova resolução, procederemos em direção à Imagem Verdadeira do mundo criado por Deus. Deus, muito obrigado.

Entrega




Me entreguei de alma para a vida. Isso tem feito toda a diferença.

terça-feira, março 22, 2011

Sinceridade



"Quando falo a verdade não quer dizer que você tem que acreditar em mim. Quer dizer apenas que tenho caráter".

(Gabi Souza)

Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender



1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.
2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.
3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.
4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.
5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.
6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".
8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".
9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.
10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.

(Autor Desconhecido)

domingo, março 13, 2011

Voe...


"Imagine. Invente. Sonhe. Voe.
Se a realidade te alimenta com merda, meu irmão,
a mente pode te alimentar com flores."

(Caio F. Abreu)

Minha Vontade de Alegria



Hoje uma amiga comentou comigo: 'estou sofrendo'. Então tentei alertá-la para o fato de que seria mais saudável e útil se ela focasse sua atenção, tempo e energia no novo trabalho conquistado há tão pouco tempo e nas coisas positivas que a vida oferece. Ela, por sua vez, preferiu dar espaço às sombras de sua alma e então lançou-se a queixar-se do pseudonamorado, distante não sei quantos quilômetros daqui, no Sul. O carinha disse à ela que está emocionalmente envolvido com a ficante. Mais uma vez, em vão, tentei mostrá-la o lado positivo da situação, uma vez que essa minha amiga tem tendências autossabotadoras e autodestrutivas. Tudo em vão. Então a esperei desfiar seu rosário de lamentações, seguido da vitimização, beirando o patético. É... eu tive essa paciência, podes crer. Terminado o terço, foi minha vez de encenar meu monólogo. Você que me lê, por favor não me acuse de insensível ou coisa que o valha. Sou pragmática, é bem diferente. Estou aprendendo com os homens, experts no assunto, diga-se de passagem...
Se existe uma coisa com a qual não tenho a menor paciência é com as colegas cegas/burras/idealizadoras de minha espécie. A capacidade delas para lidar com a realidade dos fatos é nula; a faculdade de enxergar o que está embaixo de seus narizes, não existe; e o pior e mais desesperador é a total ausência de esforço para alcançar lucidez, equilíbrio emocional e ele, o bom e velho pragmatismo masculino. Se essa tal amiga estivesse sofrendo por uma traição, por um desentendimento grave, pelo fim da relação ou qualquer coisa que lembrasse uma relação de verdade, tudo bem, seria perfeitamente compreensível e cabível. Mas para mim é extremamente difícil compreender que ela sofra por um homem que nunca foi dela, por uma relação que nunca existiu, pela perda de algo que não teve...
O carinha mora no Sul do país, nunca estiveram juntos em ambiente diferente da net, nunca se tocaram, beijaram ou algo mais. Será que nunca passou pela cabeça dela que relações à distância não resistem ao tempo, à ausência, e principalmente, à carência e necessidade de companhia, tão naturais do ser humano?
A 'relação' só aconteceu dentro da cabeça dela, mas ela não encara esse fato. E sinceramente, não tenho a menor vocação para alimentar sentimentos dessa natureza. Ela ficou irada comigo, perguntou se eu não sofro, se eu não sinto... ah! se ela soubesse das desventuras e desencontros que já enfrentei nessa vida...
O ponto fundamental não é sofrer ou não sofrer, mas sim a forma como encaramos as decepções e reveses. Eu disse à ela que ela prefere se vitimizar, se autoflagelar, fazer o papel de sofredora Eu prefiro encarar de frente e se tiver de sofrer, sofro com dignidade, essa é a diferença.
Não nasci para esse papel. No palco da vida eu escolhi atuar com intensidade, fazer as coisas que gosto, com as pessoas que amo. Eu fiz um pacto com a felicidade e não pretendo rompê-lo, sob hipótese alguma!
Como diria Adélia Prado, 'Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô'.

sexta-feira, março 11, 2011

Quando...



"Tudo vai melhorar quando a maioria das pessoas de bem for mais ousada que as canalhas"...

(A. Jabor)

O Japão Chora...



Minhas profundas condolências à essa maravilhosa Nação, terra de Meus Queridos Mestres Masaharu, Seicho e Masanobu. Reverências...

terça-feira, março 08, 2011

Blink Bassy



Não sou adepta da Festa de Momo, mas costumo acompanhar o carnaval de Salvador pela TV, e hoje, recebi um presente de Saulo, da Banda Eva, quando ele convidou o cantor camaronês Blick Bassy para cantar no trio. O cara cantou "Meu Bem Querer", do Mestre Djavan, com uma emoção de fazer brotar lágrimas nos olhos. Em minha opinião foi o momento mais emocionante desse carnaval. O cara tem uma voz, um swing, canta com a alma...

terça-feira, março 01, 2011

Intuição


Tivera nascido pedra e agora não traria a alma a arder em chamas, consumida pela tormenta de ainda não havê-lo encontrado e nem conhecido...
O silêncio da tua voz é como o inferno a devorar-me, a sorver-me as pálidas forças que ainda me restam, esperançosas de teus abraços, sedentas de teus beijos.
Tivera vindo ao mundo sob a forma de qualquer outra coisa que não contivesse em si um coração, não carregaria agora o peito a derramar-se em pranto de saudades da mulher que ainda não sou, do Amor que ainda não vivi...
Não sei em que tempo, era ou planeta. Não sei sequer em qual dimensão. Mas fui amada, majestosamente amada pelo senhor do meu coração...

Antropofagia



Transborda em mim um desejo de Amor antropofágico, daqueles que devoram a razão, o bom senso. Meus sentidos clamam por um Amor capaz de consumir, de uma só vez, a lucidez que ainda me impede de voar e transcender este mundo efêmero...

sábado, fevereiro 26, 2011

Presença da Ausência



Seja lá quem você for, venha logo, meu corpo reclama. Minha alma é um deserto à espera de que teu Amor a torne Oásis.
Seja de que raça, credo ou pátria ou partido político for, venha correndo. Meu coração é um solo estéril, à espera de que tua Paixão o torne fértil e fecundo.
Venha. Mas venha depressa, venha com o desespero dos loucos, dos apaixonados, dos entusiastas. Venha porque te espero, venha porque te quero. Venha porque o oceano dos meus desejos anseia por um rio onde se espraiar. Venha porque já são muitos os anos, os meses, já se vai uma vida a esperar pelo menino dos meus olhos, senhor da minha Alma.
Venha porque tua ausência tem sido presença constante...

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Compatibilidade



"Quando a mesma visão interior existe em ti e também em outra pessoa, estais vós ambos destinados a ser companheiros. Quando sente em si próprio a natureza íntima da mulher, o homem é atraído à sexualidade dela. Quando sente a natureza masculina do homem dentro de si própria, a mulher o deseja fisicamente dentro de seu corpo".

(Rumi)

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Plenitude


"Busca dentro de ti a verdade, sempre existe a resposta, por mais cruel e dolorosa que seja, pois não há infinito se não estruturarmos o inteiro"...

(Ribamar Ribeiro)

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Amaterasu Omikami



Primeiro dia do resto de minha vida. Cronômetro zerado, primeiro passo rumo às mudanças necessárias.
Hoje rolou o 'acolhimento' na faculdade. É como chamam a recepção dada aos calouros no primeiro dia de aula. Tá, tudo bem que não sou novata. Aliás, sou veterana, põe veterana nisso.
Mas em se tratando da nova carreira, sou caloura, sim. Por isso o dia hoje tem gosto de renovação, de vibrações positivas e de tomada de consciência...

Para começar, participei da produção de um programa na rádio web logo nas primeiras horas do novo curso - muito mais do que eu produzi em três anos de Letras, eu acho.
Segundo que o ambiente de trabalho é super leve, as pessoas são alegres e bem humoradas, entusiasmadas com o que fazem. Logo, para mim, que detesto apatia e mesmice, está sendo muito gratificante. E depois de tudo isso, ainda recebi o convite para ser estagiária, uma vez que a vaga será desocupada entre meados e fim desse ano. O dia não poderia ter sido melhor...

Hoje tive a certeza de que fiz a escolha certa ao abandonar o antigo curso, que me fazia sofrer quando eu pensava em mercado de trabalho. Estou feliz porque compreendi, uma vez mais, que devo sempre seguir o desejo sincero que brota do fundo da alma.

EU SOU UMA PARTE DO UNIVERSO, E QUANDO EU ME MOVO, O UNIVERSO SE MOVE JUNTO COMIGO!!

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Nostalgia



Sinto saudades de tudo que ainda não sou, da mulher que ainda não fui, da vida que ainda não vivi.
Que a borra do tempo não leve embora a sede que tenho de viver...

Dois de Fevereiro




À sua espera. De ti não conheço a face, o som da voz, o contorno de teu corpo. Mas em mim despertas a adolescente que um dia fui. Só que agora os sentimentos vêm acompanhados da maturidade, da certeza de minhas escolhas. Foi-se a menina, surgiu a mulher: as emoções tomaram outro vulto. Não há nada melhor que chegar aos trinta sabendo o que se quer e o que se busca na vida. Mas ainda assim, estou à sua espera. Claro que as idealizações se foram, que a crença no amor romântico se perdeu há muito. O bom é ter chegado à essa fase da vida compreendendo que sentimentos e emoções podem e devem ser repaginados: estou aprendendo que é outro o sabor da espera, do desejo, da vontade. Agora a espera é por um amor possível, que caiba na minha realidade, no meu mundo. Ultimamente tenho me questionado bastante se você estaria aqui mesmo, perto de mim, na mesma cidade, ou se já te encontrei na terra dos meus Antepassados. Especialmente hoje, 2 de fevereiro, dia de Minha Mãe Yemanjá, pensar naquela terra desperta meus desejos mais profundos...

O fato é que a cada dia sinto mais e mais vontade de estar lá, de viver não-sei-o-quê com não-sei-quem, de sentir e aprender tudo-ao-mesmo-tempo-agora...
Para ser sincera, nesse exato momento estou tendo comixões de vontade de partir. Quando penso na cidade, na energia que dela emana, nas amizades que conquistei por lá... puxa vida, como me faz bem! Como eu queria ter asas e sentir a liberdade que meu espírito aspira nesse exato instante! Como invejo os pássaros e sua capacidade de voar longas distâncias...

Agora meu peito é pura saudade, puro desejo de sentir você, de viver você, de experimentar as delícias e doçuras que, certamente, sua presença desperta...
Amor, sublime Amor... quando virá? Quando baterá à minha porta?

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Busca


Trinta e três. Recomeçar aos trinta e três. A mulher que mais admiro no mundo, que traz dentro de si a força e energia de uma leoa, recomeçou aos quarenta e quatro.
Quarenta e quatro. Foi essa a idade que Minha Querida Mãe largou marido, casa e objetos materiais para se renovar. Tudo bem que era outra a motivação, mas começar vida nova do zero, com duas filhas adolescentes não é para qualquer um. Por isso sempre digo que minha heroína é Mãe.
Baiana de Salvador, filha caçula de quatro irmãos(caçula oficialmente, do casamento de Vô e Vó, mas Mãe tem dezoito irmãos), veio para o Rio ao encontro da Mãe, que também havia deixado o marido por conta das 'puladas de cerca'. Fora deixada por Vó aos quatro anos e veio para a Cidade Maravilhosa aos dezoito. Aqui conseguiu bons empregos, namorou... até que conheceu meu genitor. Entre namoro, casamento e noivado, foram vinte e seis anos de convívio. Gerou a mim e uma irmã quatro anos mais nova. Ficou casada por dezenove anos... quando descobriu que, tal qual acontecera à sua Mãe, estava sendo traída por meu digníssimo pai.
Até o abandono da casa, foram quatro anos de tentativa inútil, de salvar um casamento falido e fadado à monotonia e completo desrespeito.

Acho que daí vem minha aversão pelo enlace. Aos trinta e três constato, mais uma vez, que não tenho perfil de mulher casadoira. Mas sinto uma necessidade quase que patológica de ser amada, de viver uma relação de companheirismo e cumplicidade mútuas. Meu corpo sem filhos vai tomando o contorno dos anos, ao mesmo tempo em que reclama seus direitos de corpo de mulher. Sempre me pergunto até quando durará essa tortura, ou mesmo se um dia ela terá fim.
Por vezes sinto um imenso pesar por ser tão intensa e verdadeira, por simplesmente não aceitar absolutamente nada que não seja de igual forma. Gostaria de ser capaz de manter relações frívolas, fazer figuração, encarnar personagens. Mas minha índole é transparente até a medula.
Me entedio facilmente e pessoas desinteressantes e apáticas não dão conta da minha fome, nem da minha sede. Quisera eu ser córrego. Mas nasci Oceano.

terça-feira, janeiro 18, 2011

Metamorfoses



Passei boa parte da vida fazendo planos para amanhã, para depois, para o futuro. Levei três anos para descobrir que havia escolhido o curso errado na faculdade. Durante esse tempo adiei um sonho que venho cultivando há algum tempo: morar em Salvador. Tinha medo não sei de quê, exatamente, mas quando pensava nisso, a insegurança era bem maior que a vontade. Mas se existe algo que venho aprendendo é que tudo ao nosso redor é inconstante, mutável e temporário. E com essa lição, também estou aprendendo que posso mudar - conceitos, opiniões e atitudes. Tenho me esforçado bastante na busca pelo autoconhecimento e na prática da autoaceitação. Me permito enganar, errar e corrigir meus erros. Justamente por isso minhas escolhas são conscientes: detesto sentir culpa. Por isso aboli essa palavra do meu vocabulário.
O grande barato de toda descoberta, no entanto, é perceber que deixamos de tomar certas atitudes pelo medo de errar, mas esquecemos que também podemos acertar. E assim abrimos mão de viver novas experiências,conhecer pessoas, lugares e possibilidades...
Já faz um tempo que venho seguindo os impulsos que brotam do fundo do coração, e por isso, no fim do ano passado, decidi, depois de muito sofrer, que a melhor maneira de deixar de sofrer seria abandonar o curso que me fazia sofrer. Compreendi que meu curso era fonte de tristeza e frustração. E a partir disso, tomei a decisão.
E depois que tomei a decisão, uma força poderosa emergiu, me impelindo a buscar mudanças em todos os setores da minha vida. Não tenho mais medo de errar, de fracassar. Só tenho medo é de não tentar, de permitir que o medo me paralise. Escolho atravessar pontes, desbravar fronteiras, construir caminhos. Escolho me vencer a cada dia, superar meu ego sedento por acomodação.
Se pretendo dar vida à minha vida, preciso começar provocando mudanças e elas só vêm quando saímos da nossa zona de conforto. E é isso que começa hoje.
Vou começar mudando de cidade, endereço e trabalho.
Hoje selo um pacto com meu eu mais profundo:SER FELIZ OU SER FELIZ!
Por isso também escolhi abandonar a roupa velha, que como no dizer do poeta, já assumiu a forma do meu corpo...

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Deus Lhe Pague



Amo essa música interpretada pelo Falcão, do Rappa, mas só um dia desses descobri que é de autoria de Chico Buarque. Como adoro os dois artistas, vai aqui meu tributo:

"Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer, e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir


Pelo prazer de chorar e pelo "estamos aí"
Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir
Um crime pra comentar e um samba pra distrair
Deus lhe pague

Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui
O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir
Pelo domingo que é lindo, novela, missa, jornal e gibi


Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair
que a gente tem que cair
Deus lhe pague

Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir
Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir
pelo grito demente que nos ajuda a fugir


Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelos vermes-bicheiras a nos beijar e cobrir
pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
vai nos redimir,
redimir redimir
Deus lhe pague"...

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Roteiro



A necessidade de auto-expressão, de subverter a ordem das coisas, de reinaugurar a forma de sentir e absorver a vida;
A vontade de ceder ao impulso da Criação; a obsessão por gerar valores, desconstruir paradigmas, erguer novos pilares...
A sede de auto-expressão tornou-se questão de sobrevivência: tudo que é considerado 'normal' pela mente coletiva tem me agredido profundamente. Boa parte da humanidade fez um pacto com a mediocridade e crê que todos, sem excessão, fizeram.
Eu sou herege: abomino crenças sem fundamento e conceitos pré-estabelecidos.
É urgente a necessidade de auto-expansão. Manter a Mente desperta e vigilante é a Meta.
Já que eu não caibo mais em mim, me resta escrever meu próprio roteiro...

"Tentei ser crente
mas meu Cristo é diferente
a sombra Dele é sem cruz
no meio daquela Luz".

(O Rappa)

terça-feira, janeiro 11, 2011

Fecundação




Quanto tempo mais levarei para sentir o fluxo de sangue ser interrompido?
Quantos séculos se seguirão, até que este coração seja impetuosamente invadido?
Quando poderei conhecer tua face, tua voz, sentir tua mão a afagar meu rosto?
Por mais quanto tempo terei de esperar pela ventura do Amor maduro?
Quantas noites mais terei de enfrentar o vazio da cama, a companhia da solidão?
Quero Amor que me embale. Que me proteja. Que me faça sentir mulher.
Cansei de ser mãe, amiga, protetora...
Quero Amor que desperte a mulher adormecida aqui dentro.
Como a flor à espera do colibri, anseio por Amor fecundo, que finque raízes no solo do meu ser...

domingo, janeiro 02, 2011

Receita de Ano Novo




Embora eu já tenha publicado esse poema aqui no blog, não resisti à sedução de sua atemporalidade e resolvi fazer um remake:


"Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre".

(Carlos Drummond de Andrade)